As informações que você irá encontrar visam complementar, mas nunca substituir o relacionamento entre médico e pacientes.
Não tenha receio de entrar em contato por e-mail para perguntar alguma coisa mais específica.
As fotos médicas encontradas neste site são resultado da nossa prática diária. Algumas podem ser fortes, mas tem o intuito de ajudar a entender o texto e a técnica cirúrgica utilizada.
Pessoalmente gosto de fotografias "artísticas", tenho algumas postadas no Flickr... http://www.flickr.com/photos/78518060@N00/ Não são fotos relacionadas à medicina ou cirurgia!
Histórico da Cirurgia Torácica
Sauerbruch, no final do século XIX, criou sua câmara de pressão negativa e conseguiu operar, vencendo a corrida contra a cianose e hipoxemia que sempre se instalavam e levavam ao colapso cardio-respiratório antes do término da cirurgia. Somente a partir de 1930, com o advento da anestesia com intubação orotraqueal e ventilação com pressão positiva, a toracotomia tornou-se um meio tão seguro quanto a laparotomia e largamente praticada.
Em 1933 Graham e Singer realizaram a primeira pneumonectomia com sucesso, marcando o início da era das exéreses como terapêutica cirúrgica pulmonar. Antigos sanatórios de tuberculose , berço da maioria das grandes escolas de cirurgia torácica, começam a ceder alguns dos seus leitos a pacientes vitimados por uma epidemia ainda silenciosa. A incidência do câncer de pulmão ascendia desapercebida, ofuscada pela peste branca, que aguardaria por mais 20 anos até o surgimento dos tuberculostáticos.
No final da Segunda Grande Guerra o mundo é dividido em dois grandes blocos. Nos Estados Unidos e Europa Ocidental surgem grandes nomes como Overholt, DeBakey e Price Thomas. Do outro lado da cortina de ferro, em Moscou, Perelman desenvolve técnicas de cirurgia da traquéia e do ângulo carinal.
Gibbon inicia seus ensaios com sua máquina de circulação extra corpórea. A cirurgia cardíaca começa a dominar a cena. O cirurgião torácico é fascinado pelo coração e perde o interesse pelas demais vísceras do tórax. Os tuberculostáticos quase põem fim na cirurgia da tuberculose. Surge a cirurgia cardiovascular. O cirurgião que conhecia as sequelas da tuberculose, como conduzir o empiema, aplicando a técnica adequada para cada caso, que nas sessões clínicas, disputava com pneumologistas e radiologistas a interpretação das imagens de planigrafias do tórax, já não tem mais tempo. Está ocupado demais operando o coração. A cirurgia torácica não cardíaca entra em colapso. Em muitos casos o pneumologista é obrigado a assumir a condução e indicação cirúrgica. O cirurgião geral era convocado, em uma função medular, para realizar cirurgias sobre as quais tinha pouco ou nenhum raciocínio crítico. A grande morbidade e mortalidade desnecessária são o resultado final.
Na década de 80 o câncer de pulmão se transforma no tumor de maior mortalidade no planeta, ceifando milhares de vida e devorando grandes fatias dos caixas da previdência. A tuberculose recrudesce, mesmo nos países desenvolvidos, associada a uma síndrome de imunodeficiência adquirida de origem ainda não determinada. A ciclosporina surge viabilizando o transplante pulmonar. Na década de 90 surgem as microcâmeras e grampeadores, permitindo ressecções pulmonares com técnicas minimamente invasivas. O cirurgião torácico já não é mais chamado somente resolver aquele caso de empiema pleural complicado. Está criado o meio propício para o renascimento de uma especialidade. A cirurgia torácica ressurge fascinando, rompendo novas fronteiras e atraindo centenas de novos cirurgiões. Os sustentáculos para seu exercício envolvem um conhecimento sólido da Cirurgia Geral, Pneumologia, da Radiologia do tórax e Endoscopia respiratória (rígida e flexível).